Os municípios de Januária e São Francisco serão contemplados na nova edição do projeto que visa à revitalização do Rio São Francisco entre outras ações.
O Fundo Nacional de Meio Ambiente vai destinar para a segunda edição do projeto Cidadania Ribeirinha recursos da ordem de R$ 744 mil, cujos repasses serão feitos ainda neste mês de dezembro. A iniciativa contempla comunidades que vivem às margens do Rio São Francisco em municípios do Norte de Minas com os menores Índice de Desenvolvimento Humano (IDH). Na primeira edição, os municípios beneficiados foram Itacarambi, Manga, Matias Cardoso e Pedras de Maria da Cruz. Agora, serão contemplados Januária e São Francisco.
Além dos recursos do Ministério do Meio Ambiente, o contrato celebrado prevê uma contrapartida de R$ 185 mil da ALMG. O planejamento das ações que serão implementadas em 2015 começa já em dezembro. Todo o trabalho terá a participação das comunidades, inclusive na seleção das atividades.
O Cidadania Ribeirinha foi criado em 2011, com o apoio do deputado estadual Paulo Guedes, que trabalhou pela inclusão da proposta na grade de planejamento estratégico da ALMG. O objetivo do projeto é promover a revitalização da Bacia Hidrográfica do Rio São Francisco, a redução da pobreza e da desigualdade nas comunidades ribeirinhas e a proteção do patrimônio cultural da região. Para isso, é organizada uma série de cursos profissionalizantes que buscam aliar a geração de renda com a preservação do meio ambiente, sempre em consonância com a realidade e as demandas encontradas em cada comunidade atendida.
Para receber recursos do Fundo Nacional de Meio Ambiente, o projeto foi um dos 19 selecionados entre aproximadamente 240 inscritos em todo o País. A sua importância social e o sucesso da primeira edição foram fundamentais para a continuidade em 2015.
Presidente da Comissão Interestadual Parlamentar de Estudos para o Desenvolvimento Sustentável da Bacia Hidrográfica do Rio São Francisco (Cipe São Francisco), o deputado Paulo Guedes afirma que ao longo dos últimos anos o Cidadania Ribeirinha tem ajudado a minimizar a degradação do Rio, combatendo o assoreamento, o uso de agrotóxicos e a pesca predatória entre outros danos. “O envolvimento das comunidades ribeirinhas em todas as atividades do projeto cria novos hábitos na população local, que passa a ser protagonista das mudanças e de uma nova relação com o meio ambiente”, destacou o deputado.
O gestor do Cidadania Ribeirinha, Márcio Santos, lembra que o projeto tem ainda a dimensão de formar lideranças nas próprias comunidades ribeirinhas, que atuam como replicadores do conhecimento sobre novas possibilidades de geração de renda. E com a experiência da primeira edição e o aporte de novos recursos, o Cidadania Ribeirinha será potencializado, segundo ele, com a contratação de um profissional de campo, instrutores especializados e mobilizadores sociais. “Pretendemos trabalhar mais focados, ampliando nossa presença no meio rural e garantindo o efetivo envolvimento de quem está nas margens dos cursos hídricos e depende deles”, afirmou.
Foto: Willian Dias/ALMG