Nove meses depois do decreto de calamidade pública por falta de água em Pará de Minas, na região Central do Estado, a cidade continua convivendo com o caos no abastecimento. Na semana passada, o Ministério Público emitiu uma liminar com prazo de 10 dias para a solução do problema. Insatisfeita com os serviços prestados pela Companhia de Saneamento de Minas Gerias (Copasa), a Prefeitura informou que será aberto edital para contratar uma empresa de abastecimento e tratamento de água na cidade.
Nesta segunda-feira (14/7), o deputado Paulo Guedes se solidarizou com a população de Pará de Minas e lembrou que o desaso da Copasa também tem provocado a falta d’água em vários municípios do Norte de Minas e vales do Jequitinhonha e Mucuri. “Em todas as cidades por onde passo, existe uma insatisfação da população com a estatal mineira e, em muitos casos, já chegou a faltar água deviso à precariedade dos serviços prestados pela concessionária que, em 2013, acumulou lucro de R$ 420 milhões”, afirma o parlamentar.
Paulo Guedes critica os serviços da Copanor, empresa subsidiária da Copasa, criada pelo Governo de Minas para atender as regiões Norte e Nordeste do Estado. “Com a Copanor, criou-se um serviço de pior qualidade para a região que mais precisava, que mais sofre com a seca. Além dos casos crônicos de falta d’água para a população, existem inúmeras denúncias de localidades com obras inacabadas e em que é feito o fornecimento de água sem tratamento”, denunciou.
Segundo o deputado, além da falta de investimentos do governo de Minas no setor, os problemas de abastecimento de água se agravam com a precarização do trabalho dentro da empresa. “As más condições de trabalho levaram dezenas de trabalhadores a entrar em greve, o que compromete ainda mais os serviços nos municípios atendidos pela Copanor”, afirma.
Governo de Minas quer privatizar estatais
Outra preocupação do deputado Paulo Guedes é com a privatização desenfreada de estatais em Minas Gerais. É que tramita na Assembleia Legislativa a Proposta de Emenda Constitucional nº 68 (PEC 68), que pretende mudar a Constituição mineira e abrir caminho para a privatização de subsidiárias de empresas estatais.
Com a aprovação, empresas que não são de controle total do governo do Estado poderão ser vendidas à iniciativa privada sem a exigência de uma consulta popular que referende a negociação. “O nosso Bloco Minas Sem Censura – de oposição ao governo de Minas na ALMG – está buscando de todas as formas impedir mais este golpe na população mineira”, garante Paulo Guedes.