Paulo Guedes (*)

Vivemos um momento de grande intolerância em nossa sociedade. E isso nos faz refletir sobre onde queremos chegar. Agressões, brigas e insultos não vão nos levar a lugar nenhum. É responsabilidade de todos nós criar um espaço de diálogo, boa convivência e respeito, e isso tenho feito durante toda a minha carreira política.

Ontem, fui vítima de um fato em que, apesar de todos os nossos esforços, por muito pouco, não fui linchado em via pública e o pior: em frente ao parlamento mineiro. No Plenário da Assembleia Legislativa, seria lido um relatório da Comissão de Constituição e Justiça (CCJ), que tratava sobre o Governador Fernando Pimentel. No entanto, parlamentares que gritavam com intuito de adiar a sessão e inflamar um grupo de manifestantes nas galerias formado por policiais reformados na Polícia Militar impediu a leitura do relatório. Então deixei o Plenário em direção ao meu gabinete, que funciona em um prédio anexo à Assembleia, e nesse momento um grupo de mais ou menos 20 pessoas começou a me agredir verbalmente. Foi quando percebi, ao atravessar a rua, que vinha cerca de 30 manifestantes em minha direção, mas não imaginava de que seriam capazes de me agredir mesmo, por isso parei e perguntei: ‘vocês vão me agredir?’. A partir daí me circularam e começaram a empurrar, armados com paus e ripas me acertaram, além de socos e pontapés. A gente, na verdade, não acredita que possa ser vítima de tamanha covardia, e que só não foi pior graças a dois homens da Polícia Militar e outros três da Polícia Legislativa que conseguiram me livrar das mãos dos agressores. Não fosse a ação destes policiais eu estaria muito ferido.

Mas o que realmente me machucou mesmo foi perceber que além da intolerância de um pequeno grupo de pessoas que ainda acreditam que podem resolver tudo com ações violentas, o fato de que usariam o acontecido para ligar minha imagem contra a Polícia Militar de Minas Gerais.

Inaceitável isso, vez que ficou evidente que essa ação isolada foi promovida por alguns policiais da reserva que estavam com a cabeça quente e orientados para agir de forma agressiva. Em nada, posso afirmar, em nada esse pequeno grupo representa nosso sentimento de respeito e gratidão aos Policiais Militares de Minas Gerais. Aliás, é importante citar aqui que tenho uma excelente relação com a PM da nossa região, que admiro e respeito o trabalho de cada um e que estou sempre à disposição do Comando seja em Belo Horizonte ou do Norte de Minas Gerais, pois como Membro da Comissão de Segurança Pública sempre vou trabalhar na defesa de todos os servidores públicos do estado.

Aproveito, também, para agradecer a todo o povo do Norte de Minas Gerais, dos Vales do Jequitinhonha e Mucuri, do Noroeste, e aos milhares de amigos e amigas que manifestaram solidariedade. E como disse hoje em Plenário: ‘nós não podemos nos calar diante da intolerância. Viva a democracia, digamos não à intolerância, não aos abusos, não à violência’.

(*) Deputado Estadual de Minas Gerais