Projeto de Lei do deputado Paulo Guedes altera critério de distribuição do ICMS Ecológico, beneficiando municípios com Mata Seca preservada.

A Assembleia Legislativa de Minas Gerais (ALMG) aprovou, nesta quarta-feira (28/8/13), em 1º turno, o Projeto de Lei 276/11, do deputado Paulo Guedes (PT), que trata das políticas florestal e de proteção à biodiversidade no Estado. A proposição, amplamente debatida no Parlamento, foi aprovada com 42 votos a favor e nenhum contrário. O projeto busca adequar a legislação mineira ao Código Florestal brasileiro, aprovado no ano passado no Congresso Nacional.

Com o novo Código Florestal mineiro, o critério de distribuição do ICMS Ecológico entre os municípios do Estado, será alterado. A parcela destinada às cidades que tratam lixo e esgoto será reduzida e os municípios que têm Mata Seca vão receber uma porcentagem maior de recursos. A mudança beneficia os municípios das regiões Norte, Noroeste, Jequitinhonha e Mucuri.

O ICMS Ecológico em Minas Gerais representa 1% do total da arrecadação do Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços. Esse percentual é distribuído entre os municípios de acordo com os critérios de rede esgoto (45,45%), unidade de conservação ambiental (45,45%) e Mata Seca (9,1%). O projeto de autoria do deputado Paulo Guedes diminui o percentual de rede de esgoto para 15,45% e aumenta o de Mata Seca para 39,1%.

Após a mudança, a arrecadação dos municípios com áreas de Mata Seca preservadas aumentará mais de 300%. O município de Jaíba, por exemplo, que recebe mensalmente de ICMS Ecológico, em média, R$ 19.650,00, passará a receber R$ 82.545,00. A diferença, no caso do município de Jenipapo de Minas, seria de R$ 17.221,00 para R$ 72.328,02. Matias Cardoso, que em janeiro recebeu R$ 21.261,29, passaria a receber R$ 89.297,4. Varzelândia, passaria de R$ 21.170,80 para R$ 88.917,36. Já Verdelândia, pularia dos atuais R$ 22.431,65 para R$ 94.212,93.

Para Paulo Guedes, trata-se de uma correção histórica, que irá promover uma distribuição mais justa dos recursos no Estado, além de favorecer a preservação da vegetação nativa. “No modelo atual, quem recebe a fatia maior do ICMS Ecológico são os municípios ricos e mais poluidores. Ao diminuirmos o percentual de rede de esgoto e aumentarmos o da Mata Seca, nós estamos ajudando – e muito – os pequenos e mais pobres municípios. Além disso, é uma medida que irá favorecer o meio ambiente, já que esses municípios vão passar a fiscalizar a Mata Seca para que ela fique preservada, e quanto mais Mata Seca o município tiver, mais arrecadação ele vai ter na receita de ICMS”, afirmou o parlamentar.

Além do ICMS Ecológico, o Projeto de Lei 276/11 também trata de temas como a recomposição de áreas degradadas, os diretos e as obrigações dos produtores rurais, a criação de áreas verdes, e a proteção de mananciais. A proposição é resultado de vários diálogos entre os deputados e representantes de órgãos e entidades envolvidas com o meio ambiente. Antes de entrar em vigor, o projeto voltará às comissões e ao Plenário para votação em 2º turno, para depois seguir para sanção do governador.

Veja, na tabela abaixo, alguns exemplos de municípios que serão beneficiados com o projeto, tendo como base a arrecadação de janeiro/2013:

 

Município                         ICMS Ecológico (valor atual mensal)      Valor corrigido

Berilo R$ 9.883,42 R$ 41.510,36
Cachoeiro do Pajeú R$ 2.830,82 R$ 11.889,44
Campo Azul R$ 2.776,03 R$ 11.659,32
Capitão Enéas R$ 16.489,32 R$ 69.255,14
Catuti R$ 12.048,87 R$ 50.605,25
Chapada do Norte R$ 9.817,96 R$ 41.235,43
Comercinho R$ 9.074,47 R$ 38.112,77
Coronel Murta R$ 8.305,92 R$ 34.884,86
Divisa Alegre R$ 2.801,33 R$ 11.765,58
Francisco Badaró R$ 15.112,34 R$ 63.471,82
Francisco Sá R$ 10.208,54 R$ 42.875,86
Ibiaí R$ 3.940,34 R$ 16.549,42
Ibiracatu R$ 6.020,17 R$ 25.284,71
Icaraí de Minas R$ 4.812,29 R$ 20.211,61
Itacarambi R$ 12.499,80 R$ 52.496,53
Itaobim R$ 5.409,20 R$ 22.718,64
Itinga R$ 6.957,53 R$ 29.221,62
Jaíba R$ 19.653,59 R$ 82.545,07
Janaúba R$ 18.019,70 R$ 75.682,74
Japonvar R$ 6.846,88 R$ 28.756,89
Jenipapo de Minas R$ 17.221,00 R$ 72.328,02
Jequitaí R$ 1.928,00 R$ 8.097,06
Jequitinhonha R$ 2.416,71 R$ 10.150,18
José Gonçalves de Minas R$ 2.360,52 R$ 9.914,18
Josenópolis R$ 3.057,23 R$ 12.840,36
Juvenília R$ 12.918,23 R$ 54.256,56
Lagoa dos Patos R$ 3.698,57 R$ 15.533,99
Leme do Prado R$ 2.350,48 R$ 9.872,43
Limeira do Oeste R$ 4.432,42 R$ 18.616,16
Lontra R$ 4.422,42 R$ 18.574,16
Mamonas R$ 6.739,07 R$ 28.304,09
Manga R$ 13.578,22 R$ 57.028,52
Matias Cardoso R$ 21.261,29 R$ 89.297,41
Mato Verde R$ 6.348,67 R$ 26.664,41
Medina R$ 5.458,88 R$ 22.927,29
Minas Nova R$ 6.465,56 R$ 27.155,35
Miravânia R$ 2.023,00 R$ 8.496,06
Nepomuceno R$ 4.384,83 R$ 18.416,28
Ninheira R$ 4.384,73 R$ 18.415,86
Nova Porteirinha R$ 6.576,53 R$ 27.621,42
Padre Paraíso R$ 2.432,39 R$ 10.224,43
Pai Pedro R$ 18.924,85 R$ 79.484,37
Pedra Azul R$ 3.446,51 R$14.475,34
Pedras de Mª da Cruz R$ 16.615,24 R$ 69.784,01
Ponto Chique R$ 2.841,19 R$11.932,99
Riacho dos Machados R$ 4.324,34 R$ 18.162,22
Salinas R$ 4.602,72 R$ 19.331,42
Santa Cruz de Salinas R$ 3.409,13 R$ 14.318,34
São Francisco R$ 3.225,40 R$ 13.546,68
São João da Ponte R$ 10.344,64 R$ 43.447,48
São João das Missões R$ 6.597,99 R$ 27.711,55
Serranópolis R$ 6.702,80 R$ 28.151,76
Taiobeiras R$ 11.317,48 R$ 47.533,41
Turmalina R$ 2.601,66 R$ 10.926,97
Ubaí R$ 3.592,70 R$ 15.089,34
Varzelândia R$ 21.170,80 R$ 88.917,36
Verdelândia R$ 22.431,65 R$ 94.212,93
Veredinha R$ 4.889,48 R$ 20.535,81
Virgem da Lapa R$ 12.871,83 R$ 54.061,68