O início do ano letivo em Minas Gerais traz à tona velhos e novos problemas da educação no estado. O Sind-UTE já protocolou a pauta de reivindicações para 2014, que é mais do que a temática salaria dos professores. O sindicato também denuncia a falta de profissionais e de infraestrutura nas escolas. A assembleia da categoria será no  dia 26/02, quando haverá paralisação das atividades em todo o estado.
    
Em coletiva de imprensa nessa quarta-feira (5/2), a presidente do Sind-Ute, Beatriz Cerqueira, afirmou que o governo tucano não realizou as 70 mil contratações temporárias para completar o quadro de profissionais, o que prejudicou o início das aulas em vários municípios mineiros. Em 2013, esse mesmo problema já havia sido denunciado ao Ministério Público.
    
Outro problema apontado é a demora na nomeação dos aprovados no último concurso, que em novembro próximo completará dois anos de homologação. Cerca de 7 mil profissionais ainda não foram nomeados. Em Minas Gerais, também continuam faltando nas escolas pelo menos 15 mil professores de educação física com formação universitária, excluídos que foram das primeiras séries.
    
O Sindicato apontou ainda problemas com o transporte escolar e denunciou a tentativa do governo de fechar os cursos noturnos nas escolas estaduais. Para Beatriz, a exigência da Secretaria que a matricula no turno da noite seja feita apenas mediante apresentação de carteira de trabalho assinada já é o início de uma negativa a esse direito.
    
Em relação a salário e carreira, a pauta de reivindicações dos educadores traz o reajuste do custo aluno em 8,32%, anunciado em janeiro deste ano pelo Ministério da Educação. Em 2014, a luta pelo pagamento do piso nacional vai continuar. O Supremo Tribunal Federal decidiu que a partir de abril de 2011 o piso deve ser pago como vencimento básico. O governo de Minas ignora a decisão. A progressão da carreira anunciada pela Secretaria de Educação para janeiro de 2014 também não foi paga.

Dívida dos tucanos com a educação aumenta
    
Pelo 11º ano consecutivo, o governo de Minas não vai cumprir a Constituição Federal que determina o investimento de 25% dos impostos em educação. Em 2013, o desvio já era de R$ 8 bilhões. De acordo com estudos do Departamento Intersindical de Estudos Socioeconômicos (DIEESE), a Secretaria de Educação vai terminar o ano investindo apenas 23.94% no setor.  
    
A análise do orçamento para 2014 aponta que o estado permanece com a mesma política de inchar a educação com despesas que não são da área. Beatriz Cerqueira cita, por exemplo, despesas da Polícia Militar, da Polícia Civil e de instituições de ensino superior como a Unimontes e a UEMG, que estão na pasta. Ela lembra que em 2012, o governo de Minas e o Tribunal de Contas do Estado fizeram um Termo de Ajustamento de Gestão – TAG  autorizando o governo de Minas a descumprir a Constituição.

Infraestrutura precária nas escolas
    
Levantamento sobre a situação das escolas estaduais apresentado pelo DIEESE mostra números assustadores e comprova que o governo tucano faz propaganda enganosa. Com dados do censo escolar de 2012, a pesquisa aponta problemas de infraestrutura como falta de refeitório em 60% das escolas com ensino fundamental e de quadras de esportes coberta em 51% das de ensino médio. Na média entre os estados do sudeste, Minas Gerais é o que possui a pior estrutura no que se refere à qualidade da educação.

Fonte: Assessoria Minas Sem Censura