O Ministro do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior, Fernando Pimentel, deixa a pasta nesta quinta-feira (13/2) para iniciar a pré-campanha ao Palácio da Liberdade pelo Partido dos Trabalhadores. No momento em que se discute o legado de sua passagem pelo governo, o ministro reconhece as dificuldades que o Brasil atravessa, em virtude da grave crise internacional que abateu os países desenvolvidos, e destaca o saldo positivo das políticas de incentivo à indústria adotadas nesses três anos, deixando inclusive com benefícios diretos para o estado de Minas Gerais.
Ele avalia que o governo federal contemplou a pauta do empresariado. Duas das principais reivindicações históricas do setor produtivo brasileiro foram atendidas, lembra ele: a desoneração da folha de pagamentos, que diminuiu o peso dos impostos sobre o emprego para 42 setores da economia ou 50% da pauta industrial brasileira e a redução do preço da energia elétrica, discussão que envolveu o ministério da indústria. Somente a desoneração teve impacto positivo sobre o PIB, o total de investimentos, as exportações e o nível de emprego.
Pimentel credita o menor nível de desemprego da história do país, de 4,3%, em grande parte, às medidas adotadas pela pasta. Somente na indústria, foram criadas, no período, 428.237 postos de trabalho com carteira assinada, um aumento de 5,4% no total de vagas. Tudo isso, lembra Pimentel, em meio a uma crise econômica que derrubou os países desenvolvidos, levando o desemprego na Espanha, por exemplo, para algo em torno de 26% da população.
O agora pré-candidato ao governo de Minas também teve atuação importante na atração de investimentos externos e na formatação dos projetos de concessão no setor de infraestrutura, que irão ampliar a logística para o escoamento da produção e reduzir o chamado custo Brasil. Umas das vitórias obtidas pelo ministro foi a atração dos investimentos das petrolíferas chinesas CNOOC e CNPC para o campo de Libra, a maior área de exploração de petróleo do pré-sal. No total, os investimentos diretos de outros países no Brasil saltaram de US$ 48,5 bilhões, em 2010, para US$ 64,4 bilhões, em 2013, tendo ficado acima de US$ 60 bilhões nos outros anos. O recorde foi em 2011, com US$ 66,7 bilhões investidos no Brasil.
São da gestão do ministro Pimentel também os três maiores recordes de exportação da história: US$ 256 bilhões, em 2011, US$ 242,5 bilhões, em 2012, e US$ 242,1 bilhões, em 2013. E também o quinto maior saldo da história da balança comercial brasileira, desde 1980, obtido em 2011, quando o Brasil contabilizou US$ 29,7 bilhões a mais em exportações do que em importações. No período, o país acompanhou o mundo no crescimento das vendas de manufaturados, que ficou em 20%, segundo dados da Organização Mundial do Comércio.
Outro recorde da gestão foram os empréstimos do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), que somaram nos três anos R$ 486 bilhões. Os financiamentos liberados em 2013 chegaram à maior marca da história do banco: R$ 190 bilhões, um aumento de 22% em relação a 2012. A indústria respondeu por 30% do total liberado (R$ 58 bilhões) e a infraestrutura por 33% (R$ 62,2 bilhões).
Minas Gerais ficou com R$ 43,1 bilhões desse montante. Os financiamentos do BNDES para o estado no ano passado atingiram a maior cifra da história, ficando em R$ 17,27 bilhões. Entre os investimentos em andamento em Minas com apoio do BNDES, estão a expansão da Unimed-BH; a fábrica de insulina da Biomm em Nova Lima; as entregas de ônibus escolares, motoniveladores e outros equipamentos do PAC 2; a fábrica do novo veículo blindado (Guarani) do exército brasileiro em Sete Lagoas; e a fábrica da Alpargatas, em Uberlândia.
Também houve apoio do ministério, via redução de tributos, para uma série de investimentos, entre eles a fábrica de peças para motores da ThyssenKrupp, em Poços de Caldas, e a fábrica de transformadores de alta tensão da Toshiba, em Betim. Pimentel diz estar orgulhoso de poder contribuir para o desenvolvimento do estado como ministro da indústria, embora lamente que a falta de sintonia e de projetos do governo estadual tenha limitado os investimentos que poderiam ser feitos em Minas Gerais.
Fonte: Pautando Minas