Reunião programada para o próximo dia 5 é a segunda de uma série realizada pela Cipe São Francisco, requerida pelo deputado Paulo Guedes, para discutir também o retorno da hidrovia.
O município de Arinos, no Noroeste de Minas, vai sediar no dia 5/5/14 audiência pública da Comissão Interestadual Parlamentar de Estudos para o Desenvolvimento Sustentável da Bacia Hidrográfica do Rio São Francisco (Cipe São Francisco). Será a segunda reunião de um total de cinco que estão sendo realizadas com o objetivo de discutir a revitalização do “Velho Chico” e a retomada das obras da hidrovia. A audiência será às 9 horas, na Câmara Municipal de Arinos (Rua Professor Benevides, 385 – Centro).
O pedido para as reuniões é do presidente da Cipe São Francisco, deputado Paulo Guedes. Segundo ele, o Programa de Revitalização da Bacia do Rio São Francisco inclui obras de recuperação, conservação e preservação ambiental. O parlamentar reconhece que houve avanços como a construção de redes de esgoto nos municípios que são atravessados pelo rio, mas que o leito ainda passa por muitos problemas. “O Norte de Minas está sendo cada vez mais castigado com os efeitos da falta de chuvas, por isso precisamos cuidar desse nosso importante patrimônio, que é o Velho Chico”, declarou Paulo Guedes ao afirmar que “é cada vez mais urgente agilizar as ações do programa de revitalização”.
A primeira audiência da série foi realizada no dia 3/4, em Pirapora, em parceria com a Associação de Municípios do Médio São Francisco (Ammesf). No evento, foram eleitos os membros do Comitê Pró-Hidrovia, composto de prefeitos, órgãos e entidades representativas. O objetivo é mobilizar a população da região e cobrar dos órgãos competentes agilidade nas obras e a intervenção necessária para a concretização das ações.
Para gestores, hidrovia no Rio São Francisco é viável
Na audiência em Pirapora, o assessor de desenvolvimento econômico da Secretaria de Estado dos Vales do Jequitinhonha, Mucuri e do Norte de Minas, Coriolando Ribeiro Afonso, afirmou que já foram feitos levantamentos das potencialidades de transporte por meio do Rio São Francisco. Ele disse que os estudos técnicos, de fato, apontam que há viabilidade para a consolidação de uma hidrovia. “Procuramos empresários e representantes do poder público para averiguar o interesse e a possibilidade de aproveitamento. O projeto é para permitir que o rio suporte o transporte de até 10 milhões de toneladas”, destacou.
Sidenísio Oliveira, representante da Companhia de Desenvolvimento dos Vales do São Francisco e do Parnaíba (Codevasf), declarou que já foram empregados R$ 100 milhões só nas ações de revitalização: “Temos 30% dessas ações já implementadas; dos 64 municípios que serão beneficiados com obras de esgotamento sanitário, em 30 deles os trabalhos já foram iniciados”, informou.
Para viabilizar a hidrovia, ele citou a parceria com o Exército, a fim de instalar, ao longo do rio, a sinalização necessária. Oliveira afirmou que a Codevasf está em fase de licitação para obras em 21 trechos com a finalidade de desassorear o Rio São Francisco. O analista do Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes (Dnit), Pedro Murga, acrescentou que a Codevasf já está realizando procedimentos de dragagem, que consistem em retirar do fundo do rio areia, entulho e demais dejetos que lá se encontram.
Já o tenente Albino, representante da Capitania Fluvial do São Francisco, explicou que o trecho navegável do rio começa em Pirapora. Segundo ele, o objetivo da Marinha é ampliar a fiscalização das embarcações e de obras, com a finalidade de assegurar que as atividades sejam realizadas de forma a não comprometer ainda mais o leito do rio.
Cipe São Francisco une esforços de vários estados
O deputado Paulo Guedes também solicitou audiências, com a mesma finalidade, em quatro outros municípios (Januária, Manga e São Francisco, no Norte de Minas). De acordo com o parlamentar, serão realizadas reuniões também nos demais Estados banhados pelo Rio São Francisco. A Cipe São Francisco é formada pelos Estados banhados pelo rio: Minas Gerais, Alagoas, Bahia, Pernambuco e Sergipe.